Febre Maculosa: O que é? Como evitar o carrapato?
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria do gênero Rickettsia e transmitida pela picada de carrapato infectado, principalmente o carrapato-estrela. Nesta última semana, a doença provocou a morte de quatro pessoas que estiveram em uma fazenda na cidade de Campinas, no interior paulista.
“A febre maculosa é uma doença infecciosa aguda, provocada pela picada de um carrapato que vai transmitir a bactéria para a pessoa”, explicou a infectologista Sandra Gomes de Barros, professora do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), em entrevista à TV Brasil. “Ela pode se manifestar desde uma forma leve até formas mais graves, provocando hemorragias e o comprometimento de vários órgãos de nosso sistema”, ressaltou.
Dicas
A doença não é transmitida de pessoa para pessoa, mas por meio da picada do carrapato. Por isso, para preveni-la, o ideal é evitar estar em locais onde haja exposição a esses bichos ou adotar algumas medidas quando se estiver visitando alguma região silvestre, de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou de vegetação alta.
O Ministério da Saúde recomenda que, ao visitar uma dessas regiões de maior risco, a pessoa utilize roupas claras, que ajudam a identificar mais rapidamente o carrapato, que tem cor escura. Também é importante usar calça e blusa com mangas compridas e utilizar botas. Se possível, diz o ministério, deve-se prender a barra da calça à meia com fita adesiva.
Outra indicação da pasta é que a pessoa utilize repelentes, principalmente os que tenham como princípio ativo DEET, IR3535 e icaridina. Outra medida importante é evitar carrapatos nos animais de estimação.
Em visita a áreas de risco, o ministério alerta para que as pessoas verifiquem se há presença de carrapatos sobre sua roupa ou pele a cada duas ou três horas, removendo-os imediatamente para reduzir o risco de transmissão da doença. Segundo o ministério, é importante atentar inclusive para o micuim, a forma jovem do carrapato, mais difícil de ser visualizada mas que também pode transmitir a doença.
Caso a pessoa encontre carrapatos aderidos ao corpo, é importante que a remoção seja feita com uma pinça, e não com os dedos. Também é importante não encostar objetos aquecidos ou agulhas para retirar o bicho. “Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe-o com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença”, informa o ministério.
Depois do uso, todas as peças de roupa devem ser colocadas em água fervente para a retirada dos carrapatos.
Sintomas
Os sintomas da doença estão relacionados frequentemente à febre, dor no corpo, dor de cabeça e manchas avermelhadas, quadro muito parecido com os sintomas de dengue e de leptospirose. Por isso, é importante que, ao chegar a uma unidade de saúde, o profissional seja informado de que a pessoa esteve em região de risco para a doença ou com incidência de carrapatos.
“Ela é uma doença que tem sintomas inespecíficos, como febre, mal-estar, dor de cabeça, náusea, vômito e dores musculares, que podem ser confundidos com os de outras doenças. O que vai fazer o diferencial é o indivíduo informar que esteve em uma área silvestre, onde tinha a presença do carrapato”, explica Sandra Gomes de Barros.
A procura do serviço médico deverá ocorrer rapidamente, assim que surgirem os primeiros sintomas da doença, que costumam aparecer entre 2 e 14 dias após a picada do carrapato infectado.
“Ao apresentar esses sintomas, procurar atendimento médico o mais rápido possível”, alertou Elen Fagundes, bióloga e coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses de Campinas, em entrevista à TV Brasil. Segundo ela, se o tratamento for iniciado rapidamente, “é muito possível que a evolução da doença tenha um curso favorável, com cura”.
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